quarta-feira, 23 de maio de 2012

Dos 101 empreendimentos da Copa, 41 não saíram do papel

De: O Globo Online


BRASÍLIA - Balanço do Ministério do Esporte divulgado na manhã desta quarta-feira mostra que, faltando um ano para a Copa das Confederações de 2013 e dois anos para a Copa de 2014, 41% dos empreendimentos relacionados ao Mundial ainda não saíram do papel. Juntos, eles terão R$ 10 bilhões em recursos, ou 37% dos R$ 27 bilhões previstos para todas as obras com alguma relação com a Copa.
Para o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, isso não quer dizer que há demora na entrega das obras. Segundo ele, o cronograma está sendo cumprido. Das 101 obras previstas, nove estão com a licitação concluída, mas ainda aguardam o início das obras; 17 estão em fase de licitação; e em 15 ainda está sendo elaborado o projeto.
- Eu considero que a fase de elaboração do projeto e licitação uma parte importante do prazo da obra - afirmou, completando: - Não sei por que o preconceito com obras no papel. Um coisa importante para a vida das pessoas e que não sai do papel é a notícia. Não é porque está no papel que significa necessariamente um atraso.
- A parte de projetos, de ter um projeto executivo bem licitado, é fundamental para a obra. Não considero um atraso, mas um ganho. Se o projeto é bem feito, há um ganho na obra - acrescentou o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.
A maioria dos empreendimentos (55) está em obras e, juntos, tem uma previsão de gastos de R$ 16,8 bilhões. Do total, apenas cinco foram concluídas e tiveram um investimento total de R$ 200 milhões. Essas cinco obras são todas relacionadas a aeroportos: os terminais de Cuiabá, Porto Alegre, São Paulo e Campinas, além da pista e pátio em São Paulo. Dos 101 empreendimentos, o ministério diz que outros dez serão entregues ainda este ano e 69 em 2013. Os 17 restantes em 2014.
As obras dos seis estádios que sediarão jogos da Copa das Confederações - Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e Recife - têm previsão de entrega entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013. A arena de Cuiabá também deve ser concluída ainda este ano. O restante tem previsão para serem concluídas ao longo de 2013. Em abril deste ano, o estádio de Fortaleza é o que estava com as obras mais avançadas (62%), enquanto Curitiba ocupava a lanterna (11%). Segundo dados do ministério, com exceção de um pequeno atraso em Recife, todos os estádios estão com o cronograma em dia. Juntas, as arenas soma R$ 6,8 bilhões de investimento.
A maior parte das obras são projetos de mobilidade urbana: 51 no total. Foram previstos para elas R$ 12 bilhões, dos quais R$ 7,4 bilhões vêm de financiamento federal. Nenhuma delas foi entregue até o momento: 28 estão em obras, sete já tiveram a licitação concluída, nove estão em licitação e sete em elaboração de projetos. A previsão é que sejam entregues 41 obras em 2013 - a maioria no segundo semestre - e o restante no primeiro semestre de 2014.
As obras nos aeroportos das 13 cidades - as 12 sedes mais Campinas - somam 31 projetos, com investimento total previsto de R$ 7,4 bilhões. Além das cinco obras concluídas, 13 estão em andamento, seis em licitação e sete em elaboração de projeto. Cinco devem ser entregues ainda este ano, 16 em 2013 e cinco em 2014.
Há ainda R$ 900 milhões de investimentos em sete portos: Fortaleza, Recife, Natal, Salvador, Rio de Janeiro e Manaus, além de Santos, cidade que não receberá jogos. A previsão de entrega dessas obras começa em abril de 2013 (caso de Salvador) e vai até maio de 2014 (Rio de Janeiro).
Aldo Rebelo: ‘Estamos abertos a críticas’ diz, sobre reclamações da Fifa
Questionado sobre as recorrentes cobranças de dirigentes da Fifa em relação aos preparativos do governo brasileiro para a Copa do Mundo, o ministro Aldo Rebelo disse que o governo está aberto a críticas. A última reclamação da Fifa foi feita na terça-feira, pelo presidente da entidade, Joseph Blatter, em Budapeste, capital da Hungria.
- Eu considero que o Brasil tem um desafio muito importante para ficar discutindo publicamente com dirigentes responsáveis pela organização ou da Copa ou de outro evento importante. Além do mais o Brasil é um país democrático. Estamos abertos a recepcionar críticas dos nacionais, e por que não recepcionaremos críticas dos estrangeiros? Não somos donos da verdade nem temos pretensão da perfeição - disse Aldo.
- O pessimismo e o otimismo acompanham a evolução do país. Eu considero isso uma coisa normal. E pode contaminar também dirigentes estrangeiros, como Joseph Blatter. O que é mais difícil de enfrentar, ele está muito longe - acrescentou.
Aldo também foi questionado sobre a possibilidade de atraso e seria preciso um milagre para que todas as obras ficassem prontas a tempo. Ele respondeu:
- Nós podemos dispensar o serviço dos santos. O milagre pode socorrer outras causas mais necessitada. Eu tenho a convicção de que o estágio de execução da Copa já é suficiente para executar todos esses recursos disponíveis.

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