Dr Duncan MacDougall tentou provar a existência da alma humana,
medindo o peso de uma pessoa no momento da morte. Ele tinha 6 pacientes,
todos os que experimentaram a perda de peso de uma média de 21 gramas.
O instrumento de trabalho de MacDougall era como uma enorme balança
de dois pratos. De um lado, ficava o paciente em estado terminal,
deitado em uma cama. Do outro, o doutor colocava pesos equivalentes.
A primeira cobaia do doutor foi um homem com tuberculose, que ficou
sob observação durante 3 horas e 40 minutos. Nesse tempo, ele perdeu
peso aos poucos, em média 28 gramas por hora. E, de repente, o sujeito
morreu. Segundo o médico, o prato da balança subiu, registrando a perda
dos famosos 21 gramas. “No instante em que a vida parou, o lado oposto
caiu tão rápido que foi assustador”, disse o médico ao jornal The New
York Times.
Mas o peso registrado nos outros pacientes foi diferente. O segundo
teria perdido 46 gramas. O terceiro, 14 gramas e, alguns minutos depois,
mais 28. Com outro, o ponteiro da balança desceu e depois subiu de
novo. Segundo o médico, a diferença tinha a ver com o temperamento de
cada um. “Um dos homens era apático, lento no pensamento e na ação.
Nesse caso, acredito que a alma ficou suspensa no corpo, depois da
morte, até se dar conta de que estava livre.”
Para comprovar sua teoria, MacDougall fez o mesmo teste com 15
cachorros e nenhum deles teria perdido um grama sequer. Conclusão:
homens têm alma, cachorros não. Será que existe alguma verdade nos
estudos de MacDougall? “Não”, afirma o autor do livro Morte ao Pó: O que
Acontece com os Cadáveres?, Kenneth V. Iserson, da Universidade do
Arizona.
Iserson chama a atenção para o fato de o ar ter peso, coisa que
MacDougall não levou em conta, e diz que não existe “o” momento da
morte. “O processo pode se esticar por dias ou semanas.” Mesmo com todas
essas contradições, MacDougall é conhecido até hoje pelo seu
experimento dos 21 gramas. No dia 16 de outubro de 1920, o The New York
Times anunciava sua morte com o título “Ele pesou a alma humana”.