segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ministro da Educação diz que vai recorrer da decisão de suspender a prova.


Rio - Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que o ministério irá recorrer da sentença de suspensão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A decisão foi emitida pela Justiça Federal do Ceará nesta tarde e vale para todo o Brasil
Para o ministro, o argumento será o uso da Teoria de Resposta ao Item (TRI), segundo a qual é possível comprarar provas realizadas em momentos distintos. "O fato é de que, se o exame for reaplicado, as pessoas estariam submetidas a provas diferentes. Mas o TRI permite que elas sejam submetidas a questões do mesmo peso", disse, lembrando o ocorrido no Enem de 2009, quando um temporal impediu que alunos de cidades do interior do Espírito Santo fizessem a prova na data marcada e a avaliação foi, então, remarcada nestas cidades.

No entendimento da juíza, o erro de impressão nos cadernos de prova amarelos trouxe prejuízo para os candidatos. "A disponibilização do requerimento àqueles estudantes prejudicados pela prova, correspondente ao caderno amarelo, e a intenção de realizar novas provas para os que reclamarem administrativamente, não resolve o problema. Novas provas colocariam em desigualdade todos os candidatos remanescentes", explicou a magistrada na decisão.

O procurador da República Oscar Costa Filho diz em comunicado do MPF que a decisão traz segurança e estabilidade aos estudantes. Em relação à inversão dos cabeçalhos dos cartões de resposta, Haddad disse que vai apurar quem são os responsáveis pela falha. Caso mantenha sua decisão, o ministro afirmou que o MEC recorrerá em instâncias superiores.

Entenda a polêmica

No início da tarde desta segunda-feira, a gráfica RR Donelly enviou uma nota ao MEC, informando que a manutenção do sigilo do conteúdo das provas impedia que elas fossem revisadas após impressas. Por esse motivo, um lote contendo 21 mil cadernos de provas de cor amarela saíram com erro. Na nota, também disponível no site da gráfica, a RR Donelly informou que a impressão ocorreu "dentro dos mais rigorosos critérios de segurança e sigilo". Segundo a nota, apenas 0,33% dos 10 milhões de cadernos de provas foi comprometido, o que significam 33 mil provas. Deste número, 21 mil foram aplicadas no primeiro dia do Enem.

O vazamento de informações sobre o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) através de mensagens postadas em redes sociais na Internet levou o Ministério da Educação (MEC) a adotar uma medida extrema ontem no segundo dia de prova. O ministério ameaçou, via Twitter, processar todos os alunos que supostamente fizeram uso do miniblog para divulgar dados sobre a prova de dentro da salas onde o teste estava sendo aplicado.

Depois do primeiro dia de confusão com a inversão do cabeçalho do cartão-resposta e falhas de impressão na prova da cor amarela, o MEC admitiu ontem que poderá aplicar novo exame dias 6 e 7 de dezembro, quando será aplicado nos presídios, mas somente para quem teve problema com questões repetidas ou ausentes.