sábado, 20 de março de 2010

Podemos Nós Amar Aquele Que Criou o Amor?

O Criador é a força de doação e amor, e aquele que ama sente grande sofrimento se é incapaz de deleitar os seus amados. O sofrimento que vem da incapacidade de doar é muito maior que o sofrimento que vem de não receber. Está escrito, “Uma vaca deseja amamentar o bezerro muito mais do que o bezerro deseja mamar”. O Nível Superior sofre quando não pode dar a sua perfeição ao nível inferior, devido à incapacidade do último de a receber.

O Criador é o desejo de doar, dar e amar. Contudo, não devemos pensar que não há carência neste desejo – ela existe. Ela simplesmente não vem da falta de satisfação, mas de ser incapaz de partilhar a sua perfeição. Foi por isso que o Criador criou o desejo de desfrutar – foi de forma a satisfazer e exprimir o Seu amor para com ele.

O nosso desejo já contem todos os pré-requisitos necessários para receber toda a Luz e amor do Criador. Contudo, de forma a que nós entendamos o que Ele faz, e para sentirmos o que Ele nos dá, temos de nos tornar similares a Ele, alcançando o mesmo nível e qualidades. Para fazer isto, está a escapar-nos apenas um componente – a nossa independência, o nosso desejo de sentir o Seu amor e de o aceitar como aquele que amamos.

A menos que esta aspiração venha de nós, ela não pode ser considerada amor. Afinal de contas, você não pode comprar o amor; você pode apenas comprar diferentes serviços. Por exemplo, eu pago dinheiro numa barbearia, num consultório médico, ou um restaurante, e as pessoas lá tomam conta de mim do fundo dos seus corações. Contudo, elas fazem-o porque elas amam o dinheiro, não a mim. O que posso eu fazer para as fazer me amarem mais? Esta é uma pergunta à qual não podemos responder.

O verdadeiro amor é possível apenas se eu estou completamente independente dos outros. Todavia, está escrito que o Criador é “o primeiro e o último”. Desta forma, Ele enfrenta um problema em como nos criar enquanto nos faz completamente independentes D’Ele, e ao mesmo tempo, fazendo-nos de tal maneira que possamos desenvolver amor por Ele até que sintamos, “Eu sou o primeiro e eu sou o último” neste respeito. Isto significa que as dez Sefirot da Luz Directa revestem as dez Sefirot da Luz Reflectida, para se complementarem umas às outras.