Por
Anderson Dezan
Acostumada ao mundo de glamour das celebridades,
Deborah Secco
viu seu nome parar nesta terça-feira (05) nas páginas policiais. A
atriz foi condenada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) a
devolver aos cofres públicos a quantia de R$ 158.191, que foi parar em
sua conta bancária após um esquema de desvio de dinheiro envolvendo sua
família.
De acordo com a decisão do juiz Alexandre de Carvalho Mesquita, da 3ª
Vara de Fazenda Pública, a investigação teve início quando o Sindicato
dos Enfermeiros do Rio de Janeiro questionou a contratação de
profissionais da saúde por intermédio da Fundação Escola do Serviço
Público (Fesp).
Segundo a investigação, o governo estadual do Rio de Janeiro sabia
que a Fesp não tinha condições para executar os serviços com seu quadro
de funcionários. Sem profissionais, a fundação subcontratou, então, -
sem licitação - quatro ONGs (INEP, INAAP, IBDT e CBDDC) para fazer o
trabalho.
Nessas ONGs, o dinheiro público era desviado, uma vez que a qualidade
dos trabalhos prestados não eram avaliados e não havia a checagem se o
valor repassado a elas era equivalente ao valor gasto com o serviços.
Ricardo Secco, pai de
Deborah, era o chefe operacional do "esquema das ONGs" e a pessoa que representava os interesses das organizações não-governamentais.
De acordo com a investigação, as ONGs desviavam o dinheiro público
para empresas "fantasmas" e uma parcela dos recursos desviados chegou
até a ajudar a pré-candidatura de Anthony Garotinho à Presidência da
República, em 2002, por meio de cheques.
Deborah se apropriou do montante de R$ 158.191, desviado por seu pai,
por meio de duas empresas "fantasmas". Bárbara Secco, irmã da atriz,
foi beneficiada com R$ 79.155,45. Sílvia Secco, mãe da artista, recebeu
R$ 86.500. Ricardo Secco, irmão de Deborah, ficou com R$ 44.600.
Para completar, a empresa Luz Produções Artísticas S/C Ltda, cujas
sócias são Deborah (com 99% das ações) e sua mãe (com 1% das ações),
ficou com R$ 163.700.
"O fato de termos nestes autos uma atriz de renome nacional não
implica na sua presunção de inocência. Não custa aqui lembrar que a
mídia nacional e internacional noticiou no dia 20/06/2013, mesmo dia das
manifestações em diversas cidades do país, a prisão da dupla de
estilistas
italianos Dolce & Gabanna por sonegação fiscal", ressaltou o juiz, na decisão.
Procurado por Purepeople, o advogado de Deborah Secco, Mauro Roberto
Gomes de Mattos, afirmou que pretende recorrer da decisão. "A Deborah
recebeu durante quatro anos mesada do pai, que somadas dão esse valor (
R$ 158 mil). O mesmo se aplica aos irmãos e à mãe dela. Eles receberam verba privada e não pública", afirmou.