quinta-feira, 24 de julho de 2014

LUTO: Morre o escritor Ariano Suassuna

Escritor de 87 anos estava internado no Real Hospital Português, em Recife, desde a noite de segunda
Morre o escritor Ariano Suassuna  Matheus Beck/Agencia RBS
Suassuna sofreu AVC hemorrágicoFoto: Matheus Beck / Agencia RBS

O escritor Ariano Suassuna morreu nesta quarta-feira. A informação é do Real Hospital Português, de Recife, onde o escritor estava internado desde a noite de segunda-feira. De acordo com a nota de falecimento, Suassuna teve uma parada cardíaca provocada pela hipertensão intracraniana.  

A morte de Ariano Suassuna, aos 87 anos, no Recife, priva a sociedade brasileira de um personagem ao mesmo tempo singular e polêmico: escritor, teórico, homem de um nacionalismo apaixonado e de uma aversão epidérmica às influências estrangeiras na cultura nacional. Um escritor de grande ambição artística e de fina e metódica construção literária. E um professor/palestrante tão entusiasmado e hábil em tecer causos que bem poderia ser chamado de "showman" – se esse termo tão estrangeiro não fosse, com certeza, desagradar o próprio Ariano, que certa vez disse, textualmente, em Porto Alegre:

– Para mim essa coisa de Xô era a palavra que a gente usava para espantar galinha.

Pode-se dizer que Ariano Suassuna foi um escritor que teve sua vida – e sua obra, em consequência – drasticamente transformada pela História do Brasil. Ele nasceu em 16 de junho 1927, em Nossa Senhora das Neves, o nome de então da capital da Paraíba, quando seu pai, João Suassuna, era presidente do Estado. Três anos depois, já fora do governo, João foi morto durante as tensões políticas que se seguiram ao assassinato de seu sucessor João Pessoa, em 3 de outubro. O crime, passional, foi usado como estopim político para deflagrar a revolução que levaria Getúlio Vargas ao poder. Por boatos de seu suposto envolvimento na morte de João Pessoa, João Suassuna, de uma fação política oposta à de João Pessoa, foi assassinado no dia 9 de outubro de 1930, no Rio. 

Com a morte do patriarca, a família Suassuna se mudou para Taperoá, no Sertão dos Cariris paraibano, em 1933. Ali, o menino Ariano teve contato pela primeira vez com as manifestações tradicionais nordestinas (como cantadores, autos e violeiros) que seriam um dos eixos estruturantes de toda sua obra. Na adolescência, Ariano mudou-se para Recife, capital de Pernambuco, onde completou os estudos secundários e começou a estudar direito. Também foi ali que começou a participar dos primeiros encontros com os círculos artísticos locais. Sua primeira obra, a tragédia Uma Mulher Vestida de Sol, veio a público em 1947, quando o então jovem escritor contava 20 anos. Na peça, já despontavam os elementos que dariam coesão à obra de Suassuna pelas décadas seguintes: o casamento de referências da cultura erudita com as manifestações populares (o romanceiro nordestino, no caso de Uma Mulher Vestida de Sol).

Suassuna alcançou a consagração em 1955, com a estreia de O Auto da Compadecida, até hoje sua obra mais conhecida. A peça recebeu o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Teatro naquele ano e se tornou um dos espetáculos mais populares do teatro nacional – foi adaptado para o cinema com sucesso em duas ocasiões, com os Trapalhões interpretando a peça, em 1987, com direção de Roberto Farias, e em 1999, dirigida por Guel Arraes primeiro como minissérie para a TV Globo e, no ano seguinte, lançada como longa-metragem nos cinemas. Com o sucesso da peça e a publicação, em 1956, de seu primeiro romance, A História de Amor de Fernando e Isaura, Suassuna abandona de vez a carreira de advogado para assumir a cátedra de Estética na Universidade Federal de Pernambuco.
Suassuna a partir daí começa a alternar um ativo papel como agitador da cultura nordestina, em paralelo com sua produção ficcional. Em 1959, funda, com o romancista e dramaturgo Hermilo Borba Filho, o Teatro Popular do Nordeste, embrião do que viria a ser, em 1970, o Movimento Armorial, também capitaneado por ele. A proposta estética do Movimento Armorial era a de revisitar símbolos, sons, manifestações artísticas apropriados pela cultura popular brasileira, mas que remontam à cultura barroca ibérica. O objetivo era criar uma "forma de arte erudita baseada nas raízes populares da cultura brasileira". 

Trabalhando na teoria e na prática, Suassuna apresentou, no ano seguinte, em 1971, seu grande Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta. O romance é vagamente inspirado em uma guerrilha sebastianista que se autoproclamou "reino independente" na primeira metade do século 19, na região de Pedra Bonita, na divisa entre Pernambuco e Paraíba. O episódio histórico é apenas o pretexto para uma delirante conjunção de arte universal e popular, bebendo na fonte do cordel, de romances policiais baratos, das lendas da Távola Redonda, do Quixote de Cervantes. Aprisionado por um crime, o narrador Dom Pedro Dinis Quaderna narra sua história até ali e as desventuras de sua família, na qual avulta a figura mítica do "rei castanho" – uma forma de Suassuna expressar na ficção o trauma de vida inteira da ausência do próprio pai. 

Além de escritor, Suassuna esteve três vezes à frente de secretarias estaduais em Pernambuco. Foi Secretário de Educação e Cultura de 1975 a 1978; e de Cultura entre 1995 e 1998 (no governo Miguel Arraes) e assessor especial do governo de Eduardo Campos a partir de 2007. Foi eleito em 1989 para a cadeira de nº 32 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Genolino Amado. O patrono da cátedra é Araújo Porto Alegre.

Ao longo das últimos três décadas, Suassuna esteve dedicado à redação de um romance que, de passagem pela Jornada de Literatura de Passo Fundo, em 2005, definiu como a expressão total de seus interesses artísticos. Um livro que pretendia juntar gravura, cordel, teatro, poesia, prosa, repente, para contar a história da formação do povo brasileiro por quatro pontos de vista alegóricos: o de personagens que representam etnias fundamentais da nação. São eles um português, um índio, um negro e um semítico, referência às populações árabes e judaicas que tiveram grande influência na cultura nordestina. Uma obra de proporções monumentais que ele chamava, por isso mesmo, de "o livrão". Em março deste ano, Suassuna anunciou que um episódio desse grande livro seria publicado como uma obra autônoma, O Jumento Sedutor, um texto que transplanta A Metamorfose de Lúcio, de Apuleio, para o Nordeste.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Corpo de João Ubaldo Ribeiro é velado na sede da ABL no Rio

Alba Valéria MendonçaDo G1 Rio
Corpo é velado em salão da ABL (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)Corpo é velado em salão da ABL (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
  O corpo do escritor João Ubaldo Ribeiro, que morreu na madrugada desta sexta-feira (18) no Rio, começou a ser velado no início da tarde na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio. O acadêmico foi vítima de uma embolia pulmonar e morreu em casa, no Leblon.
Família de João Ubaldo Ribeiro acompanha velório no Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Família de João Ubaldo Ribeiro acompanha velório
no Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Inicialmente, o corpo de João Ubaldo seria velado a partir das 10h na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio, mas a cerimônia sofreu atrasos por conta da chegada dos filhos que vieram de outros estados, e acabou sendo adiada para às 12h.
O velório acontecia no Salão dos Poetas Românticos e é aberto ao público, até as 19h. Duas filhas do autor chegaram no local no início da tarde. A academia decretou luto por três dias.
Coroa de flores foi enviada por bar que era frequentado por João Ubaldo (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Coroa de flores foi enviada por bar que era frequentado
por João (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Várias coroas de flores chegavam à ABL durante toda a manhã, entre elas homenagem de um dos bares frequentados pelo imortal. O corpo só chegou ao local, entretanto, por volta das 11h30.
De acordo com funcionários do Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul, o sepultamento do acadêmico estava previsto para ocorrer às 16h. Por conta das mudanças e da chegada de uma das filhas dele, que mora da Alemanha, o enterro foi adiado para sábado (19).
O escritor era o 7º ocupante da cadeira número 34 da Academia Brasileira de Letras. Ele foi eleito em 7 de outubro de 1993, na sucessão de Carlos Castello Branco. O secretário geral da ABL, Domício Proença Filho, disse Ubaldo era um escritor voltado para o povo brasileiro.
"Ele não vinha sempre, mas quando vinha era uma festa, com aquela voz de barítono, aquela alegria. Ubaldo era um escritor voltado para o povo brasileiro, a realidade brasileira, com a justiça social. Tinha personagens que retratavam bem essa realidade. Tenho certeza que Zecamunista deve estar muito triste hoje", disse Proença.
O presidente da ABL Geraldo Holanda Cavalcante contou que, nos quatro anos de presidência, encontrou com Ubaldo apenas uma vez, por conta de problemas de saúde do escritor.
"Ele deixa uma marca profunda na história do romance, com 'Viva o povo brasileiro' . Só estive com ele uma vez. Mas sei que ele era uma pessoa jovial, alegre, amigo e muito companheiro. Ele revolucionou o romance brasileiro com 'Viva o povo brasileiro' e 'Sargento Getulio'", disse o presidente.
Internado em maio
A secretária Valéria dos Santos, que trabalhou durante dez anos com o escritor, disse que em maio Ubaldo chegou a ser internado durante cinco dias por causa de problemas respiratórios. Segundo ela, o escritor reduziu o cigarro, mas não chegou a parar de fumar como foi orientado pelos médicos.
Valéria contou que há cerca de um ano e meio Ubaldo vinha escrevendo um novo romance, mas que não revelou seu conteúdo. Ele acordava por volta das 5h para se dedicar ao livro e por volta das 10h, parava para atender telefonemas e outras demandas.
"Ele acordou por volta das 3h [nesta madrugada] e chamou a mulher dizendo que estava se sentindo mal. Chamaram uma ambulância e os paramédicos tentaram reanimá-lo, mas ele já estava morto", contou Valéria acrescentando que o cardiologista particular dele também foi chamado.
Trajetória
João Ubaldo Ribeiro ganhou em 2008 o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa. Ele é autor de livros como “Sargento Getúlio”, “O sorriso dos lagartos”, “A casa dos budas ditosos” e “Viva o povo brasileiro”. Também ganhou dois prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, respectivamente para o melhor autor e melhor romance do ano, por ‘Sargento Getúlio’ e ‘Viva o povo brasileiro".
Nascido em Itaparica (BA), Ribeiro viveu até os 11 anos com a família em Sergipe, onde o pai era professor e político. Passou um ano em Lisboa e um ano no Rio para, em seguida, se estabelecer em Itaparica, onde viveu aproximadamente sete anos.
saiba mais
João Ubaldo também se formou bacharel em Direito, em 1962, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas nunca chegou a advogar. Entre 1990 e 1991, o escritor morou em Berlim, na Alemanha, a convite do Instituto Alemão de Intercâmbio (DAAD – Deutscher Akademischer Austauschdienst).
Ele era pós-graduado em Administração Pública pela UFBA e mestre em Administração Pública e Ciência Política pela Universidade do Sul da Califórnia (USC) .
O escritor foi professor da Escola de Administração e da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia e professor da Escola de Administração da Universidade Católica de Salvador. Como jornalista, trabalhou como repórter, redator, chefe de reportagem e colunista do Jornal da Bahia; foi também colunista, editorialista e editor-chefe da Tribuna da Bahia.
Ribeiro trabalhou como colunista do jornal Frankfurter Rundschau, na Alemanha, e foi colaborador de diversos jornais e revistas no país e no exterior, entre os quais, além dos citados, Diet Zeit (Alemanha), The Times Literary Supplement (Inglaterra), O Jornal (Portugal), Jornal de Letras (Portugal), Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, A Tarde e muitos outros.
A formação literária de João Ubaldo Ribeiro iniciou ainda nos primeiros anos de estudante. Foi um dos jovens escritores brasileiros que participaram do International Writing Program da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.Trabalhando na imprensa, pôde também escrever seus livros de ficção e construir uma carreira que o consagrou como romancista, cronista, jornalista e tradutor.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Lembra da Stefhany 'Absoluta'?! Ela agora é evangélica e 'prega'; assista

Esqueçam aquelas roupas curtas, mostrando umbigo e decote de uma jovem bonita que só pensava em se tornar uma estrela da música no Brasil. Desde que se tornou evangélica, a cantora Stefhany, a 'Absoluta', passou a se dedicar a 'pregações' pelo Piauí e Maranhão.

Autora do hit 'No Meu CrossFox - Eu Sou Stefhany', de 2009, que surgiu na Internet e virou um sucesso, inspirando até uma novela da Rede Globo (Cheias de Charme, em 2012), a jovem que surgiu na cidade de Inhuma agora conta de sua superação no mundo gospel.

Ela deixou de lado a fama de músicas mais sensuais e fala das dificuldades que passou ao pregar para centenas de pessoas em cidade do Piauí. Com roupas mais comportadas, ela se emociona em testemunho e relata um acidente que sofreu e diz ter escapado por 'força divina'.

eixou de lado a fama de músicas mais sensuais e fala das dificuldades que passou ao pregar para centenas de pessoas em cidade do Piauí. Com roupas mais comportadas, ela se emociona em testemunho e relata um acidente que sofreu e diz ter escapado por 'força divina'.

Publicado Por: Allisson Paixão

É mentira: seleção da Alemanha não doa hotel para comunidade na Bahia

Está circulando nas redes sociais, principalmente no Facebook, um texto junto com uma fotomontagem afirmando que a Seleção Alemã de Futebol fez a doação do hotel em que ficou hospedada na Bahia, durante a Copa no Brasil, para que a comunidade local transformasse numa escola.

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Tal afirmação é apenas um hoax, boato falso e mentiroso que se espalha pela internet e faz com que um grande número de pessoas acredite e continue a espalhar tal informação inverídica. Milhares de pessoas estão dando os parabéns para a Seleção da Alemanha por essa ação.



 Porém, é claro que eles merecem os parabéns, não pela doação de um hotel, mas pela atuação no futebol e doações que realmente foram feitas, conforme descritas abaixo.

ENTÃO, QUAL A VERDADE?

A verdade é que o resort localizado na vila de Santo André, no município de Santa Cruz Cabrália, no sul do estado da Bahia, onde a Seleção da Alemanha ficou hospedada nesta Copa do Mundo 2014, trata-se de um empreendimento imobiliário particular de alto padrão. O negócio começou a ser implantado em 2010 quando foram construídas algumas casas, depois foram transformadas num hotel e posteriormente, quando a seleção da Alemanha escolheu o local como concentração, foi construído todo restante da estrutura.

Após a Copa o local será todo colocado à venda. O objetivo dos investidores é recuperar o investimento que foi feito na construção da estrutura. Ao todo, o ‘Campo Bahia', como foi batizado o local, conta com 14 casas, incluindo uma área de convivência para a delegação europeia. A expectativa é de que todo esse complexo seja transformado num condomínio ao fim do Mundial.

O complexo é de propriedade de três grandes investidores: Tobias Junge, da área de mineração; o empresário Kay Bakemeier, ligado à seguradora Allianz Seguros; e Christian Hirmer, magnata do mundo da moda. Aquamarine é o nome da empresa responsável pelo empreendimento.

Na imagem ao lado, uma das versões da informação falsa que circula na web. Veja que já começa mentindo, dizendo que a seleção construiu um hotel em Porto Seguro, mas a Seleção da Alemanha estava hospedada em Santa Cruz Cabrália, cidade vizinha de Perto Seguro, cerca de 30 Km de distância.

SELEÇÃO DA ALEMANHA REALMENTE FEZ DOAÇÕES

A seleção da Alemanha fez algumas doações para a comunidade local, só não foi um hotel [risos]. Dentre as doações mais significativas, está o valor de 10 mil euros (cerca de R$ 30 mil) para que os índios da Comunidade Indígena Pataxó de Coroa Vermelha comprassem um veículo para ajudar no atendimento médico.

A Federação Alemã (sigla DFB em alemão) também ofereceu doação de materiais e móveis para a Escola Municipal de Santo André e financia a construção de um campo de futebol para moradores na região. A DFB também anunciou que vai doar 25 bicicletas para crianças da região. As bicicletas haviam sido trazidas para a Bahia para que os jogadores pudessem andar pela região, mas a polícia vetou a ideia por questões de segurança.

Pronto. Agora que você já sabe a verdade, compartilhe a informação correta e parabenize a Alemanha pelo que realmente foi doado.


Fonte: http://www.castrodigital.com.br/

terça-feira, 1 de julho de 2014

Aos 72 anos, morre a atriz da Record Manoelita Lustosa

Atriz faleceu em Minas Gerais (Munir Chatack/ Record)Do Portal Yahoo


A atriz de 72 anos de idade faleceu por conta de uma insuficiência respiratória. O corpo da artista será velado e sepultado no Cemitério Parque da Colina, também na capital mineira.
Manoelita era contratada da Record. Seu último trabalho na emissora foi como a Terezinha no remake de "Dona Xepa", de 2013.
Nascida em Pirapora, no interior de Minas Gerais, Manoelita era além de atriz, jornalista e escritora de contos e poemas.
Na Globo, a atriz teve destaque na novela "Mulheres Apaixonadas", de 2003, na pele da personagem Inês, uma avó que maltratava a pequena Salete, vivida por Bruna Marquezine, 18.

Há 7 anos fazia parte do casting da Record, emissora na qual fez "Amor e Intrigas", de 2007, "Vidas em Jogo", de 2011, e "Balacobaco", de 2012.